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A Desktop será mais seletiva na aquisição de clientes de banda larga e nos investimentos em rede, priorizando a partir de agora a geração de caixa. O foco, portanto, passa a ser a diversificação de receitas, com ênfase na escalada do segmento corporativo (B2B).

A estratégia foi compartilhada pela diretoria do provedor paulista nesta quinta-feira, 6, em conferência com analistas financeiros após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre na véspera, período em que o lucro diminuiu quase 30%.

O CEO da Desktop, Denio Alves Lindo, frisou que a empresa busca crescer “de maneira saudável, sustentável e controlável”, em função do que classificou como “cenário macroeconômico desafiador”.

Entendemos que a melhor estratégia é reforçar a geração de caixa“, destacou o executivo. No terceiro trimestre, o fluxo de caixa operacional (FCO) mais o capex ajustado somaram R$ 75 milhões, alta de 187% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 112% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

A diretoria do provedor salientou que trabalha com maior seletividade na ativação de novos assinantes, uma vez que busca firmar contratos com clientes adimplentes. Assim, passa a priorizar a capacidade de pagamento, em vez de volume de acessos.

No terceiro trimestre, a empresa ganhou 23 mil assinantes, totalizando 1,19 milhão. O dado aponta aceleração em relação às adições líquidas do segundo trimestre (17 mil).

Poderíamos estar crescendo mais, mas, por decisão interna, estamos ajustando, olhando o cenário macro. Vamos ajustar o ritmo visando eficiência e geração de caixa. Será um ajuste de forma suave para não ter impacto sobre o ecossistema que construímos”, afirmou o diretor de Vendas e Marketing, André Falcão.

A empresa também definiu a redução do churn (taxa de evasão de clientes) como uma de suas prioridades. A expectativa é de que critérios mais rigorosos para ativação contribuam para melhorar o indicador.

Expansão de rede

O provedor indicou que deve seguir reduzindo o volume de investimentos – o capex ajustado somou R$ 88 milhões no terceiro trimestre, baixa anual de 20%. Isso porque a expansão da infraestrutura também será mais seletiva.

O diretor financeiro, Bruno Leão, lembrou que o provedor só entrou em uma “cidade relevante” neste ano (Ribeirão Preto), após avaliação positiva de risco e retorno. Atualmente, as operações abrangem 200 cidades do interior e do litoral paulista.

Segundo Leão, a receita deve se beneficiar da expansão do portfólio ao cliente final, como streaming e telefonia móvel pelo modelo MVNO, embora não tenha apresentado a evolução desses serviços até aqui nos negócios da empresa.

Também sem amplos detalhes, o B2B foi apontado como uma das futuras avenidas de crescimento. Neste caso, os executivos destacaram o projeto de conexão de 82 escolas por meio do edital do Conselho Gestor do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (CG-Fust).

Negociação com a Claro

Sobre a negociação para uma eventual venda das operações para a Claro, confirmada no início do mês passado, o CEO da Desktop se limitou a dizer que as conversas prosseguem, mas não apresentou detalhes sobre o estágio das tratativas.

“Como costumo dizer, estamos sempre abertos a analisar oportunidades que podem dar o melhor retorno aos acionistas. Especificamente em relação à Claro, existem conversas em andamento, mas nada de concreto”, disse Denio Alves.

FONTE: TELETIME